Ausência de Luis Fabiano diminui o público, mas não os patrocinadores

Acordos fechados após contratação do atacante têm duração de um ano, mas ausência do camisa 9 certamente vai frear entusiasmo do torceodor

O torcedor são-paulino terá que esperar mais um tempo para matar a saudade do atacante Luis Fabiano. Contratado a peso de ouro no início de março junto ao Sevilla – custou € 7,6 milhões (R$ 17,5 milhões) – , Luis Fabiano tinha a expectativa de estrear no dia 27 de abril, contra o Goiás, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Depois, sempre por conta das dores, a previsão passou para 4 de maio, no duelo com o Avaí pelas quartas de final da mesma competição. De novo, retorno adiado. Operado nesta sexta, ele será novamente avaliado em três semanas, quando o departamento médico poderá dar uma nova previsão sobre a sua estreia.

A ausência de Luis Fabiano por um prazo maior do que o esperado não vai interferir nos contratos de patrocínio fechados pelo clube. Três empresas que assinaram com o Tricolor em 2011 (Copagaz, Yazigi e ALE) fecharam com o clube do Morumbi atraídos pelo presença do Fabuloso, que inclusive funcionará como garoto propaganda dessas marcas. No total, a reportagem apurou que o clube recebeu R$ 5 milhões. Para o vice-presidente de marketing, Julio Casares, que não quis confirmar os valores citados acima, o prejuízo é muito mais técnico, já que o atacante está fazendo falta ao time.

– É claro que ele em atividade é melhor para o clube, mas os contratos que foram fechados visando a exploração da imagem dele são de longo prazo, têm um ano de duração. Além do mais, estamos planejando uma série de ações para a estreia que vai demorar um pouco mais para acontecer, mas certamente acontecerá. Foi uma fatalidade e logo o Luis estará em campo para nos ajudar – afirmou o dirigente.

Gastos com o atacante

O valor recebido dos patrocinadores serve para contrabalancear o que o clube já gastou com  o atacante. Contratado em março, ele já recebeu dois meses de salário, que totalizam R$ 400 mil (o Tricolor é responsável pelo pagamento de R$ 200 mil, o resto é pago pelo BMG, seu principal patrocinador). Assim que fechou com o Sevilla, o Tricolor já pagou a primeira parcela aos espanhóis, de € 1,9 milhão (R$ 4 milhões). As outras partes serão pagas em 2012, 2013 e 2014.

Se em termos de patrocínio a ausência de Luis Fabiano não trará prejuízo, o mesmo não se pode dizer em termos de bilheteria. A diretoria contava com a presença do Fabuloso para levar um bom público ao estádio do Morumbi nas rodadas iniciais do Brasileiro. Sem o camisa 9 e com o time em fase ruim, a tendência é que o time tenha prejuízo nos primeiros jogos. Vale lembrar que a estreia em casa será no próximo dia 28 (sábado), contra o Figueirense, às 21h (horário de Brasília).

Na volta para casa, astros encontram um novo Campeonato Brasileiro

Ronaldinho, Liedson, Juninho e outros repatriados terão de se adaptar a uma competição transformada desde 2003, início dos pontos corridos

Eles saíram, rodaram o mundo, e encontraram a casa reformada. A edição de 2011 da principal competição do país tem como atrativo o retorno de nomes de impacto, como Ronaldinho Gaúcho, Luís Fabiano, Liedson, Juninho Pernambucano. Isso sem falar em outros cotados para voltar, como o zagueiro Juan, do Roma, e o meia Diego, do Wolfsburg. Todos terão de se adaptar a algumas peculiaridades do ‘novo’ Brasileirão. Nos pontos corridos daqui, clubes de tradição são rebaixados, favoritismos não se confirmam, a surpresa dá as caras rodada sim, rodada também. Basta dizer que há seis campeões diferentes em oito anos do novo formato.

Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, acostumou-se a estar na parte de cima da tabela na Espanha e na Itália. Depois de ser campeão espanhol duas vezes pelo Barcelona, além de jogar em uma pequena parte da recente conquista do Milan, o jogador disputará pela primeira vez uma competição brasileira com formato europeu. Em 2000, no último Brasileirão que disputou, seu Grêmio chegou até a semifinal depois de se classificar em décimo lugar na primeira fase. Uma recuperação que o modelo atual não permite. Hoje, chegar a novembro fora da zona da Libertadores com a camisa de um grande clube significa cobranças.

Neste ano, Ronaldinho defenderá um clube que é o retrato das oscilações típicas do Brasileirão. Campeão em 2009, o Flamengo lutou contra o rebaixamento até a penúltima rodada de 2010.

Para se ter uma ideia do choque que o astro enfrentará, nas taças erguidas pelo Barça nas temporadas 2004/2005 e 2005/2006, o Real Madrid era o único rival na luta pela conquista, como quase sempre. O terceiro colocado – respectivamente Villarreal e Valencia – não chegou nem perto de ameaçar. A diferença para esses “coadjuvantes de luxo” foi de 19 pontos em 2005 e 13 pontos em 2006. Um abismo que no Brasil só aconteceu uma vez nos pontos corridos, na primeira edição, quando o Cruzeiro alcançou 100 pontos contra 87 do Santos e 78 do São Paulo.

No ano passado, só dois pontos separaram o campeão Fluminense do terceiro colocado, o Corinthians (65 a 63). Em 2009, o Flamengo ergueu a taça com 67 pontos, dois a mais que Inter e São Paulo. Ronaldinho se diz confiante para encarar o equilíbrio da competição.

– Hoje em dia sou um dos mais velhos do grupo, é um momento diferente na minha carreira. E voltei ao Brasil com o objetivo de conquistar títulos. Vivo a expectativa de poder ajudar o Flamengo a fazer um excelente Campeonato Brasileiro como foi no Carioca – comenta, referindo-se ao recente título invicto.

Pentacampeão francês pelo Lyon, Juninho Pernambucano é outro que terá pela frente uma competição quase irreconhecível. O meia deixou o Vasco logo depois da conquista do Brasileiro de 2000, o quarto do clube. Com a mudança na contagem da CBF e os resultados dali em diante, o Vasco atualmente está atrás de Palmeiras (8), Santos (8), Flamengo (6) e São Paulo (6), além de ter a companhia do Corinthians na lista dos que têm quatro. Enquanto o Reizinho brilhava na França, São Januário se afastou das conquistas. Juninho tenta ajudar a mudar o incômodo retrospecto do clube nos pontos corridos. A melhor colocação foi o sexto lugar em 2006.

Em 2008, o Vasco foi rebaixado. Juntou-se ao grupo dos campeões nacionais que mudaram de divisão ao longo dos oito anos de pontos corridos – Bahia, Guarani, Grêmio, Corinthians, Coritiba e Atlético-MG foram os outros que sofreram.

Assim como Ronaldinho, Juninho está otimista para o desafio maior do que aquele que encontrou na França e no Qatar.

– Tecnicamente, o futebol brasileiro é muito melhor. O jogador que não gostar de treinar vai perder ritmo e sofrer com essa dificuldade. Mas não é o meu caso. Sempre gostei de treinar e o mais importante não é a quantidade de treinos, e sim a qualidade. Se você perguntar para quem trabalha comigo, todos vão dizer que eu posso jogar no futebol brasileiro. Mas o ideal é esperar e não falar antes – comenta.

Mudanças além da questão técnica

Além das reviravoltas na classificação ano a ano, as estrelas encontrarão um campeonato mais caro. Liedson, Juninho, Ronaldinho e Luís Fabiano deixaram o país numa época em que o maior salário nacional era o de Romário, que ganhava pouco mais de R$ 500 mil no Vasco em 2000 – valor que diminuiu para cerca de R$ 300 mil na transferência para o Fluminense. Hoje, quase todos os grandes clubes possuem pelo menos um jogador neste patamar. Fred, Neymar, Kleber, D’Alessandro, Felipe…não faltam exemplos de milionários da bola pelo país.

A administração, no entanto, ainda é de terceiro mundo. As dívidas crescem ano a ano. Passivos trabalhistas aumentam no ritmo das cobranças por resultados. Mas, às vezes, contratações certeiras salvam um ano. Foi o caso de Adriano no Flamengo em 2009. O atacante fez 19 gols na campanha do título. O Fluminense campeão de 2010 também estava longe de ser um time barato.

Pressionado depois da eliminação na Libertadores, o Corinthians investiu alto. Sem Adriano, machucado, o principal nome é Liédson. O atacante é outro iniciante no novo modelo de Brasileirão. Pegou só o começo da mudança de formato. Depois de ajudar o Flamengo a escapar do rebaixamento com 14 gols em 2002, foi seduzido por melhores perspectivas no Corinthians, vice-campeão naquele ano. Mas sua trajetória no Brasileirão de 2003 durou pouco. Foram 18 jogos e 10 gols. Partiu rapidamente para o Sporting. Nos sete anos de Campeonato Português, não foi campeão. Mas se manteve sempre entre os quatro primeiros. Um desempenho que, no Brasil, seria considerado invejável. Aqui, nenhum clube conseguiu se manter no topo de 2003 a 2010.

De todos os medalhões que voltam, Luís Fabiano é o mais “experiente” no modelo. Jogará no time do insatisfeito Rivaldo, outro sem conhecimento de causa quando o assunto é Brasileirão por pontos corridos. Já o Fabuloso tem uma breve história para contar neste formato. Com 30 gols, foi vice-artilheiro em 2003. Depois, transferiu-se para o Porto depois de cinco gols em oito jogos no primeiro turno da edição de 2004. Na época, o São Paulo ainda se preparava para virar a potência do tri em 2006/2007/2008. Agora, o atacante retorna com a responsabilidade de recuperar o prestígio do Tricolor, que ano passado ficou pela primeira vez fora da zona da Libertadores.

– Salvador eu não sou. Ninguém ganha sozinho. Conta com a ajuda de todos. Venho para contribuir e para fazer gol, que é o que eu sei fazer – comenta o Fabuloso.

Carpegiani ganha retorno de Jean e Luis Fabiano volta a treinar no campo

Lateral se livrou das dores no púbis. Rhodolfo, Miranda, Fernandinho e Alex Silva ficaram no Reffis, enquanto atacante trabalhou pelo segundo dia seguido

Carpegiani durante o treino do São Paulo (Foto: Luiz Pires / VIPCOMM)

O técnico Paulo César Carpegiani começou a preparar na tarde desta quarta o time do São Paulo que irá a campo no domingo para enfrentar o Fluminense, na partida que será realizada em São Januário e marcará a estreia das duas equipes no Brasileirão. Em relação ao treino de terça-feira, quando o comandante teve cinco ausências (Jean, Alex Silva, Miranda, Rhodolfo e Fernandinho), ele ganhou o reforço do primeiro, que não sentiu mais dores no púbis.

Como faz normalmente quando não conta com seus três zagueiros titulares, o treinador mudou o esquema da equipe, passando do 3-5-2 para o 4-4-2, com a entrada do volante Rodrigo Souto, recuperado de lesão na panturrilha, entre os titulares. Na defesa, Xandão e Luiz Eduardo formaram a dupla de zaga, enquanto que Marlos, muito criticado pela torcida, voltou a ganhar uma chance no ataque, ao lado de Dagoberto. Rivaldo, que reclamou do técnico Paulo César Carpegiani após a derrota para o Avaí, na última quinta-feira, trabalhou o tempo todo entre os reservas e, mais uma vez, deverá ficar apenas como opção de banco no final de semana.

No time suplente, chamou a atenção a presença de Luis Fabiano que, aos poucos, luta para voltar a ganhar ritmo de jogo. Depois de anunciar que estrearia pelo Tricolor no duelo de ida contra o Avaí, pela Copa do Brasil, o Fabuloso voltou a sentir dores no tendão do joelho direito e ficou toda a semana passada em tratamento no Reffis. Na terça à tarde, ele treinou pela primeira vez com os companheiros. Nesta quarta, repetiu a dose.

Luis Fabiano no treino do São Paulo (Foto: Luiz Pires / VIPCOMM)

Apesar de não ter descartado a presença do jogador no fim de semana, o médico José Sanchez avisou via assessoria de imprensa que o planejamento é colocar o camisa 9 em campo na partida do dia 28, contra o Figueirense, no estádio do Morumbi.

Se nenhum dos quatro atletas que estão no DM não se recuperar, a equipe enfrentará o Fluminense com: Rogério Ceni; Jean, Xandão, Luiz Eduardo e Juan; Rodrigo Souto, Casemiro, Carlinhos Paraíba e Lucas; Dagoberto e Marlos.

Indefinição com Carpegiani não muda estratégia para volta de Luis Fabiano

Departamento médico do Tricolor vai trabalhar com o atleta na próxima semana, para deixá-lo pronto para o primeiro jogo do Campeonato Brasileiro.

Com ou sem Paulo César Carpegiani e sua equipe no comando do São Paulo, a preparação de Luis Fabiano não foi alterada para os próximos dias. O camisa 9, ao lado do departamento médico tricolor, segue pensando em restrear pela equipe na primeira rodada do Brasileirão, contra o Fluminense, em São Januário, no próximo domingo, 18h30.

Fabuloso vai treinar neste sábado e deve receber folga no domingo, já que o Tricolor não terá mais jogos no meio da próxima semana, por causa da eliminação na Copa do Brasil. Porém, a partir de segunda-feira  deve ser submetido a trabalhos mais intensos, no campo, como vinha ocorrendo no início do mês, quando a expectativa era a de estreia contra o Avaí, no Morumbi, na semana passada.

Se a fibrose que o jogador tem no tendão na perna direita não gerar mais nenhum incômodo, o atacante deve fazer sua estreia no próximo fim de semana. Este é o objetivo do departamento médico, para acabar com a ansiedade do camisa 9 e para obter uma resposta do local lesionado, após uma partida oficial.

A última vez que o atacante esteve em campo foi no dia 6 de março, na derrota do Sevilha-ESP por 2 a 0 para o Atlético Bilbao-ESP, pela Liga Espanhola. Desde então, Luis Fabiano passou por um longo tratamento, para curar do problema no tendão que fica próximo do joelho direito.

Luis Fabiano não precisará passar por cirurgia no joelho direito

Quem garante é o médico do São Paulo, José Sanchez, após exame realizado na última quarta-feira

A expectativa do torcedor são-paulino era ver a reestreia de Luis Fabiano com a camisa do São Paulo na última quarta-feira, contra o Avaí, pela Copa do Brasil. A participação do atacante acabou sendo vetada, depois de o jogador relatar “dores insuportáveis” no joelho direito, machucado quando ainda jogava pelo Sevilla, da Espanha, em março.

Apesar da frustração, uma boa notícia: o atacante não precisará passar por uma cirurgia. Quem garante é o médico do São Paulo, José Sanchez. Segundo ele, não há problemas no ligamento do joelho do jogador e, portanto, não há necessidade de intervenção cirúrgica. Assim, Luis Fabiano continuará a fazer trabalho de fisioterapia no Reffis, intercalado por treinamentos no campo.

O exame realizado no dia do jogo, pela manhã, mostrou uma melhora na evolução do tratamento da lesão no joelho direito. As “dores insuportáveis” sentidas pelo Fabuloso, no entanto, vão mudar a postura do departamento médico em relação ao retorno do atleta. Não há previsão de retorno, para evitar uma nova frustração.

– Não posso falar o que vai acontecer daqui a quinze, vinte dias. Não posso ser leviano com vocês, com a torcida, nem com o Luis – disse Sanchez.

Dagoberto e Luis Fabiano prometem fazer uma dupla do barulho no ataque

Dagoberto e Luis Fabiano prometem fazer uma dupla do barulho no ataque

Dagoberto e Luis Fabiano, uma dupla do barulho (Editoria de Arte/GLOBOESPORTE.COM)

Os números não mentem. Um foi o principal goleador da equipe em 2010, com 15 gols e é o artilheiro do time em 2011, com 13 tentos marcados. O outro voltará a vestir a camisa são-paulina após seis anos e meio e tem no seu currículo o fato de ter marcado 118 vezes em 160 partidas e ser o segundo maior artilheiro da história do São Paulo em média de gols (0,737), atrás apenas de Friedenreich, que marcou 66 tentos em 81 partidas (média de 0,81). Dagoberto e Luis Fabiano têm tudo para fazer uma dupla do barulho.

A dupla esteve junta em apenas um treino tático, na última segunda-feira. O entrosamento, portanto, não é dos maiores. Mesmo assim, o Fabuloso fez questão de encher a bola do parceiro.

– O Dagoberto é um cara muito bacana. Nós procuramos conversar fora de campo, pois não estávamos treinando. Ele vem fazendo gols, dando conta do recado. Temos de aproveitar este grande momento dele – afirmou Luis Fabiano, em entrevista ao site oficial do clube.

Dagol, por sua vez, retribui os elogios e deixa claro que seu futebol tende a crescer ainda mais porque o time passará a ter uma referência na área, o que não acontecia até então. Em muitos jogos, era o próprio camisa 25 quem fazia esse papel.

– Fizemos um treino leve. É muito bom ter uma referência, um cara que vai segurar a marcação ali na frente. Vai fazer “um dois” contigo. Estou muito feliz por esta estreia do Luis Fabiano – ressaltou.

https://i0.wp.com/blogueirosbr.com/wp-content/uploads/2011/04/LanceLivre.jpg